Polícia avança na busca de provas no caso do Semasa
03/07/2012 15:03
Por: Walter Estevam Jr
O delegado Gilmar de Camargo Bessa, da Delegacia de Crimes contra o Meio Ambiente de Santo André, afirmou que as investigações sobre o suposto esquema de vendas de licenças ambientais pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) estão avançadas. "Estamos investigando todas as possibilidades para constatar a veracidade das denúncias", disse Bessa, acrescentando que está empenhado na busca de provas da extorsão, pelo Semasa, de construtoras interessadas na obtenção de licenças ambientais - documento necessário para iniciar obras na cidade.
Segundo a denúncia, o esquema teria o prefeito Aidan Ravin (PTB) como mentor, com o objetivo de fazer caixa para a campanha eleitoral. A denúncia foi investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal. Todos os supostamente envolvidos no caso foram exonerados.
As irregularidades no Semasa vieram à tona em março último, após denúncia do ex-diretor de Gestão Ambiental da autarquia, Roberto Tokuzumi, então funcionário de confiança da Prefeitura de Santo André e responsável por assinar as licenças ambientais. Tokuzumi disse à CPI que estava sendo perseguido por não concordar com a venda de licenças e denunciou o advogado Calixto Antônio Jr. como operador do esquema.
Em seu depoimento à CPI, Calixto, que não é servidor da Semasa, reconheceu dar expediente diariamente na autarquia, a pedido do próprio prefeito. Ele confirmou o esquema de extorsão de empresas, por meio de propinas de até R$ 300 mil por licença ambiental. Porém, negou seu envolvimento pessoal nos recursos provenientes da fraude.
Calixto declarou que atuava como uma espécie de auditor do prefeito, que pretendia assumir o controle do Semasa após a exoneração de seu ex-secretário de Gabinete e principal articulador político, Nilson Bonome (PMDB). Disse ainda que Aidan o contratou como advogado para analisar os processos do Semasa, com honorários de R$ 100 mil ao mês
Para o vereador José Montoro Filho (PT), único oposicionista na CPI, Calixto era um "infiltrado" no órgão, pois atuava lá dentro sem ser funcionário. Montorinho criticou ainda o fato de a CPI considerar que não houve provas concretas e de não levar em conta o depoimento do empresário Valter Afonso, da construtora Estate Plan Empreendimentos, que confirmou a extorsão do Semasa para retirar licença ambiental.